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Grande Esfinge de Tânis

Esculpida em granito rosa, é uma peça maciça com cerca de 12 toneladas, não nos deixa ficar indiferentes pela imponência que encerra. Originária do Templo de Amón-Ra, em Tanis (capital durante a XXI e a XXII Dinastia), faz parte da coleção do Louvre desde 1826 depois de ter sido comprada a Henry Salt.

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Grande Esfinge de  Tânis Zodíaco no Musée du Louvre ( Sala 338, Ala Sully, Nível -1) | Cláudia Barros

 

Originária do Templo de Amón-Ra, em Tanis (capital durante a XXI e a XXII Dinastia), faz parte da coleção do Louvre desde 1826 depois de ter sido comprada a Henry Salt – egiptólogo e cônsul britânico. 

Esculpida em granito rosa, é uma peça maciça de 12 toneladas com cerca de 1.83m de altura, 4.80m de comprimento e 1.54m de largura. Esculpida a partir de um único bloco não nos deixa ficar indiferentes à sua imponência, uma verdadeira guardiã.

Ergue-se majestosamente na entrada da cripta do Louvre com corpo de leão e cabeça humana, demonstrando o poder divino concedido pelos deuses ao faraó. A cabeça está coberta com o nemes real, encimado por um ureus em forma de serpente – símbolo do poder do soberano do Alto e Baixo Egipto. No queixo porta uma barba postiça, também ela símbolo da divindade exclusiva do rei.

O simbolismo do corpo de leão conjuga o poder invencível do animal com a majestade do monarca, capaz de fazer frente a qualquer adversidade.

As patas colossais e a colocação do seu corpo evidenciam um movimento de ataque ao inimigo, refletindo o seu papel protetor contra tudo o que seja nefasto à existência humana. Estaria instalada na entrada de lugares sagrados para impedir que as forças do mal incomodassem o equilíbrio universal. 

O cartucho no peito está rasurado, o que nos impede de lhe atribuir um personagem. Inicialmente associou-se a peça Amenemhat II; contudo, considera-se que seja ainda mais antiga, possivelmente de 2600 a.C. (Império Antigo). Foi reutilizada várias vezes por faraós de distintas dinastias: 

-Amenemhat II (1932-1964 a.C.), XII Dinastia (Império Médio);

-Apofis (1585-1545 a.C.), XV Dinastia (II Período Intermédio);

-Merneptah (1212-1201 a.C), XIX Dinastia, filho de Ramsés II (Império Novo);

-Sheshon I (948-927 a.C.), XXII Dinastia (III Período Intermédio).

 

Pormenores da Esfinge de Tanis | Christian Décamps, Musée du Louvre

Bibliografia

Bachechi L., E. Castellani, F. Curti, Les chefs d’oeuvres du Musée du Louvre, Paris, Éditions Place des Victoires, 2009, p. 30-33.

Ficha técnica do Louvre: http://www.louvre.fr/oeuvre-notices/grand-sphinx-de-tanis (Consultado em 27 Outubro de 2023).

Cláudia Barros é licenciada em Arqueologia pela Universidade do Minho (2018). Em 2022 concluiu o Mestrado, na mesma área e instituição, com a dissertação “O Olhar de Gomes Eanes de Zurara sobre o Norte de Marrocos: estudo da paisagem de Alcácer Ceguer (Ksar Sghir)”.

Atualmente é colaboradora das revistas Egiptología 2.0 (Barcelona) e El Aldabón – Gaceta Interna del Museo Nacional de las Culturas del Mundo (México), e tradutora da Ancient History Encyclopedia, especialmente no âmbito da Assirologia e Egiptologia, a sua área de estudo e eleição.

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