Neolítico
c. 6000 – 5000 a.C. : Nabta Playa (Alto Egipto)
Sociedade de pastores e agricultores sedentários. Acesso a recursos hídricos. Possível centro de reunião de grupos nómadas. Estruturas e alinhamentos de pedras, orientados por corpos celestes (Estrela Polar e Estrela Sírio).
c. 6000 – 4000 a.C. : Faium (Baixo Egipto)
Prática agrícola. Trabalho da pedra. Elaboração de cestos. Arte da cerâmica. Populações seminómadas. Contactos e trocas de materiais com outros grupos que habitam o delta. Práticas de enterramento simplistas.
c. 4800 – 4200 a.C. : Merimde (Baixo Egipto)
Primeiro povoado neolítico do Baixo Egipto. Populações moderadamente sedentárias. Prática agrícola e criação de gado. Enterramentos com uma orientação preferencial.
c. 4600 – 4400 a.C. : Omari (Baixo Egipto)
Enterramentos perto da zona habitacional. Desenvolvimento de cerâmica de vermelha e cerâmica negra, com ou sem decoração (Parra et al., 2021).
Pré-dinástico
c. 4400 – 4000 a.C. : Badari (zonas médias do Egipto)
Grande atenção dada aos mortos e às práticas de enterramento. Enxoval funerário distribuído à volta do corpo. Indícios de uma distribuição desigual da riqueza e dos recursos, o que poderá evidenciar as primeiras formas de estratificação social. Cultura material de grande variedade estilística. Relações com o Mar Vermelho. Poucos dados acerca dos povoados.
c. 4000 – 3000 a.C. : Nagada I e II
Nagada I (Alto Egipto)
Indícios de uma sociedade bem estruturada, organizada e já hierarquizada. Desenvolvimento da estratificação social. Sistema de liderança consolidado na figura do chefe. Enterramentos mais ricos agrupados em locais específicos das necrópoles. Sarcófagos de madeira ou de argila. Opulentos enxovais. Aparecimento da cerâmica vermelha polida, com novos tipos de decoração. Vasto repertório de formas de objetos de metal. Poucos dados acerca das estruturas habitacionais.
Nagada II (Alto e Baixo Egipto)
Resultado da expansão de Nagada I para norte e sul. Povoados ao longo do Nilo. Modelo de povoamento diferenciado: aldeias e povoações centrais. Paulatino desenvolvimento da agricultura. Adoção de sistemas de irrigação. Desenvolvimento de uma classe de artesão especializada. Exploração das pedreiras mais próximas. Introdução da cerâmica a torno e um novo tipo de cerâmica mais grosseira. Fabrico de vasos em pedra. Desenvolvimento da joalharia e da metalurgia do cobre. Túmulos maiores e mais elaborados. Enxovais organizados dentro do túmulo. Primeiros indícios de faixas a envolver as múmias.
As culturas pré-históricas localizadas na bacia do Nilo, tanto no Alto como no Baixo Egipto, determinariam os usos sociais e a hierarquização, religiosa e política, do Egipto pré-dinástico. As primeiras manifestações artísticas destas culturas denotam as origens da arte egípcia no que toca ao trabalho cerâmico, ao talhar da pedra, à conceção arquitetónica e, inclusive, à peculiar forma de representação pictórica; mas, sem dúvida, o aspeto mais transcendente, do ponto de vista artístico, é a fixação de motivos iconográficos que gozariam de um amplo desenvolvimento, simbólico e político, até à época ptolomaica.
(Fuente, 2005:1)
Este post servirá como síntese dos dois anteriores – Culturas Pré-dinásticas (I) e (II) – com um breve resumo sobre as principais culturas neolíticas e pré-dinásticas que foram surgindo no território egípcio.
Bibliografia
Parra, J., Castellano, N., Almazán, M., & Ibáñez, M. (2021). Os Primeiros Faraós. A Fundação do Egipto. Edição Especial História, National Geographic. (R. Tavares, Trad.)
Fuente, M. (2005). Las culturas préhistóricas en Egipto. Madrid: Ediciones Liceus.
Nota: Adotada a cronologia proposta pelos autores da Edição Especial História. Os Primeiros Faraós. A Fundação do Egipto (National Geographic, 2021).
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